PARALELOS QUE SE CRUZAM
O ano, 2015. O sentimento,
indignação? Vergonha? Nenhum desses. É cansaço. Muito cansaço. Estamos imóveis
perante muitas coisas, e não há forças para reagir.
Em outubro de 2014 o povo
foi às urnas, e, ao que parecia – como parece em toda eleição – teríamos um
novo horizonte pela frente, com as riquezas de nosso país finalmente retornando
aos seus cidadãos. Eram os vermelhos contra os azuis. Uma disputa política, ideológica,
rodeada de desconfiança, ataques, brigas e ofensas, até de pessoas que nem
sabem muito bem o que significa a sigla de seu partido.
Os vermelhos venceram. Mais
quatro anos no poder, mas havia algo diferente, havia um discurso de
continuidade, mas o discurso não era para os cidadãos brasileiros, aqueles que
levantam as seis da manhã e vão trabalhar amarrotados, lutando por vitórias
pessoais que o façam ser alguém importante para si e para sua família. Não era
pra esse cara.
A luta eleitoral vencida
pelos vermelhos era patrocinada, havia um número infinito de camisas diferentes
por baixo do manto vermelho-estrelado. Camisas de empresas, empresários, latifundiários,
fazendeiros e etc. A vitória veio, mas não veio para aquele pobre coitado que
recebe o bolsa-família, nem pro malandro que também recebe o bolsa-família. A
vitória veio para quem conta dólares nas praias do Caribe. Veio para quem olha
o esplendor das capitais do alto de suas coberturas. Veio para aqueles que não
fazem parte desse nosso “joguinho” de gato e rato entre as despesas e nossos
salários.
Então eu me pergunto, se o
discurso era que os azuis eram os riquinhos, que iriam tirar direitos e
aumentar custos, o que são os vermelhos? Pois eu vejo acontecer exatamente o
que os “outros” fariam.
Cidadão de bem, assim como
eu, que acorda e arruma forças pra enfrentar um dia inteiro de trabalho,
injustiças, calor e ainda paga impostos astronômicos, não se engane mais, na
política todos são paralelos que se cruzam – assim como aquela música do
Engenheiros do Hawai -, e nesse cruzamento, os valores negativos se equivalem e
só há um vencedor. E não é você. E nunca será.
Enquanto reflete sobre isso,
já vá fazendo os cálculos para o próximo mês, mais impostos e reajustes a nosso
desfavor virão. Esse é o Brasil.
André Silveira
Pois é quando pensamos que as mudanças vão acontecer eis que vem a Lei de Murphy e acaba com as ilusões.
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