6.8.09

O viajante subjetivo...CAPITULO II

O viajante subjetivo...


CAPITULO II

O RECOMEÇO E A LIBERDADE

Meu nome é Marcos Aubim, e minha vida vai mudar.

Confuso como nunca estive segui depois daquela banho de água fria para casa, para refletir sobre o que fazer. Sem nenhum compromisso, sem nenhum horário para cumprir, apenas eu e meu apartamento, como se estivéssemos isolados do mundo, como se tudo que eu pensasse não servisse para nada, inclusive a idéia de respirar, eu tinha medo de entrar em depressão.

Garoto alegre, criado em meio de festas e brincadeiras, meu entusiasmo era minha marca, mas há algum tempo isso vinha desaparecendo, desde que vim morar sozinho no centro e meus pais, que eram separados há bastante tempo, foram morar em outros estados, era como se uma nuvem de fumaça entrasse em minha vida, com algo para descobrir, algo dentro de mim gritava por liberdade, mas era impossível saber o que era.

A campainha toca e eu com nenhuma disposição fui ver do que se tratava, quando me deparei com Clarissa, minha amiga, que com um rosto tristonho veio me consolar.

- Marcos, não pode ficar triste assim. Acho que precisamos dar uma saída, o que me diz??

Sem nenhum entusiasmo respondi:

- Pra que sair? Não conseguia me divertir antes, agora piorou!!!

Mas ela, como sempre, não desistia de mim e me arrastando pela sala dizia:

- Mas eu não vou deixar você aqui, vamos tomar uma cerveja...vamos...vamos!!

E eu fui não tinha como negar um convite tão gentil. Após sairmos fomos num ótimo “Pub” na Avenida Lima e Silva. Lá contei tudo sobre o que passava em minha cabeça, as duvidas que brotavam a cada dia, o vazio que sentia em minha alma, algo que eu não sabia explicar:

- É como um vazio sabe Clarissa? Como se a vida me reservasse algo, não sei explicar, é estranho.

E ela disse:

- Quem sabe é algo que tu queiras fazer? Como, por exemplo, realizar um sonho....

Sem pestanejar pensei logo no meu maior sonho, viajar o mundo.

- Pode ser isso - falei entusiasmado, mas ao mesmo tempo receoso - preciso viajar pelo mundo, como não pensei antes, mas é quase impossível, nunca saí do País, ficaria perdido fora daqui.

E ela rapidamente retrucou:

- Bobagem meu amigo, tu está precisando encontrar a paz do teu espírito, realizar teus sonhos, te libertar.

Aquilo soou como uma flecha em meu peito, as palavras emanadas por ela faziam o maior sentido para mim, era como se minha mente estivesse sendo interpretada por ela, incrível.

Sem pensar eu disse, com um ar bem mais animado:

- Acho que tens razão, vou tentar, viajarei e tentarei encontrar o que preencha o meu vazio.

Larguei Clarissa em casa e segui pensando sobre nossa conversa. Meu medo me dizia que aquilo tudo era muita loucura, não ia dar certo, mas ao mesmo tempo minha mente e meu coração tremulavam juntos, como se me dissessem que aquele era meu destino, e então tomei uma decisão, vou me libertar.

Mandei uma mensagem para o celular de Clarissa, avisando que ia para casa, em plena meia noite, arrumaria minha mala, passaria no banco, e iria direto pro aeroporto, pois eu não tinha nada a perder mesmo. Falei que iria sem destino, entraria no aeroporto com meu passaporte nunca usado e deixaria meu destino me guiar. E foi o que eu fiz.

Meia noite e meia, Aeroporto Salgado Filho, uma imensidão perto de minhas pretensões, e todo tempo eu pensava: “-Isso não vai dar certo”, mas pensei isso minha vida toda, não posso baixar a cabeça, pois se o destino quis assim, é assim que vai ser.

No próximo capítulo, Marcos vai em busca de seu destino e grandes descobertas sobre si mesmo o esperam....Aguardem!!

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